Alterações na temperatura do ar mediante telas nas laterais de ambientes protegidos cultivados com tomateiro

Por AMC em 07/04/2025
Alterações na temperatura do ar mediante telas nas laterais de ambientes protegidos cultivados com tomateiro

Para qualquer espécie vegetal, o conhecimento da variação da temperatura do ar no local em que a cultura é cultivada, mostra-se imprescindível, visto que a planta depende dela em todas as suas fases fenológicas. Durante o inverno da região sul do Brasil, faz-se necessária a busca de alternativas de cultivo que minimizem os problemas provocados por temperaturas noturnas e mínimas muito baixas, já que o tomateiro requer temperaturas superiores a 10 ºC e inferiores a 35 ºC, e ainda para cada fase do desenvolvimento requer uma faixa ótima de temperatura do ar, ou seja: germinação de 16 a 29 °C, subperíodo vegetativo de 20 a 24 °C; floração de 18 a 24 °C; pegamento de frutos de 13 a 18 °C, durante a noite, e de 19 a 25 °C, durante o dia e na maturação de 20 a 24 °C, intervalo ideal para a formação do licopeno, substância responsável pela pigmentação vermelha dos frutos.  A temperatura do ar é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento das plantas; é também favorável à presença e proliferação de pragas e doenças; normalmente, isto é o que ocorre em ambientes protegidos, uma vez que os mesmos proporcionam condições favoráveis ao desenvolvimento da planta e, ao mesmo tempo, ambiente favorável às pragas, vetores de doenças e disseminação das mesmas. O tomateiro é a cultura de maior gasto financeiro com agrotóxicos por área cultivada no Brasil  e esse expressivo consumo de agrotóxicos causa grande preocupação quanto aos problemas ambientais decorrentes e com a saúde dos trabalhadores rurais e consumidores .

Como alternativa a este modelo de cultivo, tem-se a produção orgânica, na qual não são admitidas aplicações de agrotóxicos nem o uso de adubos solúveis e daí decorre a dificuldade no cultivo do tomateiro no sistema orgânico, pelos elevados problemas fitossanitários que a cultura apresenta. A cobertura de polietileno desfavorece a ocorrência de doenças foliares mas não exclui os ataques de insetos-praga, . Neste sentido, as telas de exclusão de insetos podem viabilizar o controle de pragas em ambientes protegidos cultivados com tomateiro no sistema orgânico de produção, fato avaliado , os quais concluíram que o uso de telas anti-insetos em abrigos de cultivo, protegem as plantas do ataque de brocas (Agrotis spp, Helicoverpa zea, Spodoptera spp) e da traça do tomateiro (Tuta absoluta). O uso de telas traz modificações no ambiente de cultivo, pois reduz a taxa de ventilação em razão da sua resistência à corrente de ar. Como consequência, há redução na velocidade dos ventos no interior dos abrigos e aumento do gradiente de temperatura. A redução da advecção no interior de ambientes protegidos atenua os processos de troca de energia e massa de ar com o ambiente externo provocando, ainda, aumento da umidade relativa do ar . Diante do grande desafio que é a produção orgânica de hortaliças em ambiente protegido e acreditando que o uso de tela anti-insetos possa promover vários benefícios a esse sistema de produção, o presente trabalho objetivou avaliar alterações térmicas do ar, provocadas pelo uso de telas antiinsetos nas laterais de ambientes protegidos cultivados com tomateiro, durante o período de outono-inverno.

 

CONCLUSÕES

1. Para as condições de cultivo de tomateiro no interior de ambientes cobertos com PEBD durante o outono-inverno, o uso de revestimento lateral com tela anti-insetos proporciona ganho térmico ao ambiente.

2. Ambientes cobertos e com telas anti-insetos do tipo citros e clarite apresentam variação térmica diária semelhante, sendo que telas do tipo antiafídeos proporcionam maiores acréscimos diários à temperatura mínima, máxima e média do ar.

3. No ambiente sem tela nas laterais e com cobertura de PEBD, as baixas temperaturas são mais frequentes do que em ambiente com tela nas laterais e com cobertura de PEBD.

4. Os intervalos de temperatura recomendados para o cultivo do tomateiro durante o período outono-inverno são mais comuns no interior de ambientes cobertos com PEBD e com proteção lateral de telas do tipo citros ou clarite do que em ambientes com telas laterais do tipo anti-insetos ou sem telas laterais.

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